Itamaraty busca cooperação pacífica no possível conflito entre Venezuela e Guiana



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Venezuela marcou referendo para discutir anexação da maior parte da Guiana; região tem áreas de exploração de petróleo




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O Itamaraty está buscando uma cooperação pacífica no possível conflito entre Venezuela e Guiana pelo território da Essequiba. O governo venezuelano vai realizar um referendo em dezembro para debater a anexação da maior parte do território do país vizinho, ampliando a tensão entre as nações.

Segundo o Metrópoles, fontes dentro do governo brasileiro afirmaram que o país defende uma “solução pacífica a essa controvérsia”.

Ainda, que os representantes brasileiros buscam “relembrar o compromisso de consolidação de uma Zona de Paz e Cooperação entre os Estados americanos”.

Apesar de um iminente conflito, o Itamaraty está tratando o assunto de maneira reservada com os envolvidos, tentando evitar que o debate público intensifique ainda mais a tensão.

Entenda a disputa entre Venezuela e Guiana

O território de Essequibo, desejado por Nicolás Maduro, corresponde a 160 mil km², representando mais de 50% do território da Guiana, e faz fronteira com o Brasil. Na região, há imensas reservas de petróleo exploradas pela Rússia, China e empresas americanas.

Maduro marcou um referendo para o dia 3 de dezembro para definir se haverá ou não a invasão ao território. Caso o resultado seja positivo, a ideia do líder venezuelano é conceder nacionalidade venezuelana aos 125 mil habitantes da região e a criação de um estado chamado “Guiana Essequiba”.

“Acreditamos profundamente no diálogo e no acordo baseados no respeito do direito inalienável e histórico que temos como Povo. A Guiana Essequiba nos pertence por herança e séculos de luta e sacrifício. Vamos construir a verdadeira paz e prosperidade para os nossos meninos e meninas”, escreveu Maduro nas redes sociais.

Reunião em Haia

Na última semana, uma reunião foi realizada na Corte Internacional de Justiça (CIJ), no Palácio da Paz em Haia, na Holanda, para ouvir representações das duas nações sobre a situação.

Na audiência, o agente guianense Carl B. Greenidge repudiou a realização da votação nacional convocada pelo governo venezuelano.

“O referendo que a Venezuela marcou para 3 de dezembro de 2023 foi concebido de modo a obter um apoio popular esmagador, rejeitar a jurisdição e antecipar um julgamento futuro. Ao fazê-lo, querem minar a autoridade e a eficácia do principal órgão judicial”, disse o representante da Guiana, segundo reportagem de O Globo.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, acusou a Guiana de “colonialismo judicial” por ter recorrido contra a anexação no tribunal internacional.

“Viemos derrotar a pretensão do colonialismo judicial da Guiana, que instrumentaliza esta Corte para frear o que não pode ser interrompido. No dia 3 de dezembro, os venezuelanos votarão”, prometeu a venezuelana.



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