As ações da Americanas chegaram a disparar quase 19% nesta terça-feira (21) e fecharam perto das máximas, em meio a expectativas de um acordo da varejista em recuperação judicial com bancos credores, embora a companhia tenha afirmado que não é possível dar um prazo para um potencial acerto.
Reportagens na mídia relataram que as negociações da varejista em recuperação judicial evoluíram e que a Americanas e seus bancos credores estão nos trâmites finais para a assinatura de um acordo.
De acordo com a reportagem do Valor Econômico, há reuniões marcadas e existe uma expectativa de que a assinatura ocorra, no máximo, até a sexta-feira. A Folha de S.Paulo afirmou que há expectativa de que o acordo seja fechado ainda nesta terça-feira.
No entanto, a Americanas disse nesta tarde que, até o momento, os termos finais do plano de recuperação judicial ainda estão em negociação e não é possível precisar se ou quando as negociações serão concluídas, conforme comunicado ao mercado.
Os papéis da companhia valorizaram-se 16,83%, a R$ 1,18, tendo chegado a R$ 1,20 (+18,81%) na máxima, engatando a quarta alta seguida. As ações mostraram pouca alteração após o comunicado da Americanas.
Na semana passada, na ocasião da divulgação de seus balanços de 2021 e 2022, executivos da Americanas afirmaram esperar uma aprovação de credores para o plano de recuperação judicial até o final do ano.
A varejista pediu neste mês ao juízo da recuperação judicial a convocação de assembleia de credores para 19 de dezembro para votação do plano.
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Cabe destacar que, desde que a varejista divulgou seus resultados, no dia 16 de novembro de manhã, as ações já saltaram 47,55%.
Os números de 2021 e 2022
Na semana passada, após uma série de adiamentos, a companhia revisou o seu lucro líquido de R$ 544 milhões registrado em 2021 para prejuízo de R$ 6,2 bilhões. A empresa também calculou em R$ 12,9 bilhões o resultado negativo de 2022.
Apesar da forte revisão para baixo, a divulgação dos números foi vista como importante para que os principais credores da Americanas – que incluem bancos – possam dar andamento às discussões para aprovação do plano de recuperação judicial da companhia.
A companhia ainda divulgou projeções para 2025 levando em conta uma eventual aprovação do plano de recuperação judicial atualmente sendo negociado com os principais credores da empresa.
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Segundo a Americanas, a expectativa é de Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões em 2025, com uma alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda menor de 0,75 vez.
A empresa afirmou que o plano “estratégico” de recuperação da empresa é focado “na fortaleza e resiliência do canal físico, complementado pela excelência operacional do digital”, de maneira semelhante como rivais como Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que estão centrando esforços já há alguns anos em complementar operações de lojas físicas com eficiências geradas por operações online.
A Americanas também afirmou que o plano será complementado por um “portfólio de serviços financeiros customizados da (fintech) Ame e pela diversidade de mídia de nossa área de ‘advertising’ para gerar um pacote consistente de entregas a nossos clientes e parceiros”, também de maneira semelhante com esforços de rivais.
Sobre o balanço em si, na visão do estrategista Filipe Villegas, da Genial Investimentos, a divulgação “acaba, entre aspas, sendo ‘positivo’”, pois o mercado consegue fazer conta. “Por mais que isso aqui tenha sido péssimo, muito ruim, eu vejo que o mercado, se quiser, pode olhar o copo meio cheio no sentido de que eu já sei o tamanho do buraco, já sei o tamanho do prejuízo e agora, daqui para a frente, qual é o tamanho do desafio”, afirmou após a divulgação dos resultados.
(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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