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O ex-presidente, que chegou a publicar a convocação em seus perfis na redes, decidiu não ir ao ato, como noticiou o colunista Lauro Jardim. Bolsonaro fez um vídeo na semana passada, e chegou a dizer a Malafaia que iria, mas deixou o Rio de Janeiro na manhã deste domingo e seguiu diretamente para Brasília.
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Antes das 14h, manifestantes vestidos de camisetas verde e amarelas e bandeiras do Brasil e de Israel já se reuniam em frente ao Masp, na Avenida Paulista. O ato teve início oficialmente às 14h40, com um minuto de silêncio em memória de Cleriston, homem que foi preso após participar dos atos de vandalismo e invasão na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro e morreu na Penitenciária da Papuda.
No único trio elétrico da manifestação, foi estendida uma faixa com a frase: “Em defesa do Estado democrático de direito, dos Direitos Humanos e em memória de Cleriston Pereira da Cunha”. Sob gritos de “Fora Xandão” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” e com bandeiras do Brasil e de Israel, manifestantes e parlamentares faziam ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Lula.
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O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo – RS) criticou os “abusos” da Corte.
— Chega de tanto abuso. Eu estive essa semana junto com colegas e tantos outros brasileiros no velório do nosso querido Clezão. Ele sofreu essa tortura injusta durante meses ele se tornou não apenas o meu amigo, mas um amigo do Brasil. Vocês estão aqui honrando a vida do Clezão — discursou — Há gente que está sendo torturada por uma Corte que se acha acima da Constituição. Nós atuamos sempre dentro da lei e da Constituição. A hora dos ministros do STF vai chegar e está chegando.
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu “justiça” e direcionou sua fala aos familiares de Cleriston que estavam no palco.
— Ele não vai ser esquecido, ele vai continuar vivendo no coração de cada um de nós que tem certeza que esse país vai ter justiça.
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Um dos políticos bolsonaristas presentes no evento foi o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que aproveitou sua fala para atacar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Salles fez um discurso questionando Nunes como representante de pensamento de direita.
— Não são poucos aqueles que tentam usurpar a legitimidade e a força da direita. Aqui, na nossa cidade de São Paulo, nós temos um que está sentado lá por acaso, só está lá porque o prefeito infelizmente morreu, e quer se fazer passar por direita. Mas nós sabemos que ele não é — disse.
Salles enfrenta uma queda de braço dentro do próprio partido para tentar se candidatar à prefeitura da capital Paulista, já que a direção da legenda quer apoiar o emedebista.
Sem o clã Bolsonaro no ato, o posto de figuras mais aclamada foi ocupado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que chegou por volta das 15h ao ato. Muitas pessoas pediram para tirar foto com o parlamentar mais votado do país em 2022 enquanto ele tentava chegar ao trio, mas foram contidas por seus seguranças.
Em seu discurso, Nikolas atiçou a multidão contra Moraes.
— Tiraram a liberdade das pessoas injustamente e tiraram a vida de uma pessoa. Poderia ter sido teu pai, teu irmão, um familiar seu, e como você estaria? Qual seria sua reação diante do que está acontecendo? Eu acredito que isso aqui é o começo de algo. Nós somos maioria, mais de 58 milhões de pessoas. Eu não tenho dúvidas que daqui a dez, 20 anos, o que estamos fazendo aqui hoje vai ecoar por toda a eternidade. Se tem alguém aqui nessa Paulista que deseja ver o Alexandre de Moraes fora de sua cadeira, dê um grito — pediu o deputado mineiro, que foi respondido com gritos e palmas fervorosas — Alexandre de Moraes, o Brasil não tem medo de você.
Outros parlamentares presentes foram os deputados federais Paulo Bilynskyj (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados estaduais paulistas Major Mecca (PL), Paulo Mansur (PL) e Tomé Abduch (Republicanos).
O pastor protestante Silas Malafaia usou seu espaço no caminhão de som para fazer ataques à imprensa e ao STF, além de defender as pessoas que estavam nos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
— O máximo que o ‘ditador de toga’ Alexandre de Moraes tinha que fazer, para quem quebrou, mandar para a primeira instância. Que moral esse cara tem para ser ministro do STF? O presidente (do Supremo), o Barroso, disse ‘nós derrotamos o bolsonarismo’. Esses caras não têm moral de serem ministros do STF — afirmou. — Se esses caras escaparem do supremo poder, que é o povo, eles não vão escapar da justiça divina, eu declaro em nome de Jesus. Nós não temos um Supremo Tribunal Federal, temos um supremo tribunal político.