Quem é a lenda de Liverpool e United que é citada em clássico dos Beatles


Futebol e música se misturam muito, a ponto de estrelas do esporte mais popular do mundo serem lembradas em canções de artistas nos quatro cantos do planeta. Mas ser citado em uma melodia de uma das maiores bandas de todos os tempos é um privilégio que nem todos podem ter.

Pois essa é a honra na qual Sir Alexander Matthew Busby, ou simplesmente Matt Busby para quem conhece seu legado esportivo, se enquadra. O ex-jogador e treinador escocês, que morreu em janeiro de 1994, é um dos personagens da música “Dig It”, composta por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, quarteto histórico dos Beatles.

Por falar nele, Paul McCartney está no Brasil com a turnê “Got Back”, que será encerrada no próximo domingo, com show no Maracanã, no Rio de Janeiro, que terá transmissão ao vivo do Disney+ e Star+ a partir de 21h15 (horário de Brasília).

A canção é parte do álbum “Let It Be”, lançado em 1970 pela banda, e tem duração de apenas 50 segundos. Busby é um dos nomes cantarolados, mas não o único: há menções também a Doris Day, B. B. King, FBI, CIA e BBC, por exemplo. Mas ele é o único personagem de futebol que ganha espaço – e não à toa, como bem sabem as torcidas de Liverpool e Manchester United.

O lendário jogador e técnico conseguiu a proeza de ser idolatrado pelos dois maiores clubes da Inglaterra, que curiosamente se enfrentam neste domingo (17), às 13h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+, em mais um embate pela Premier League.

Quem foi Matt Busby

Alexander Matthew Busby nasceu em 26 de maio de 1909 e foi um jogador escocês que começou a carreira no Manchester City, onde foi campeão da Copa da Inglaterra em 1934. Dois anos depois, foi contratado pelo Liverpool por 8 mil libras. Em Anfield, assumiu a camisa 4, usou a braçadeira de capitão e ficou marcado como um dos grandes meio-campistas da história antiga dos Reds.

Sua passagem pelo Liverpool foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Depois do combate, Busby – que também defendeu a seleção da Escócia – atuou por Chelsea, Middlesbrough, Reading, Brentford, Bournemouth e Boscombe Athletic e Hibs, até decidir se aposentar e dar início à nova carreira, como técnico.

Por mais que tenha tido oferta para assumir o Liverpool, seu antigo clube, Busby já havia se comprometido a treinar o Manchester United em 1945. E esta foi a melhor decisão possível, pois a passagem por Old Trafford ficou marcada na história.

O escocês dirigiu o United de 1945 até 1969 de maneira ininterrupta, um recorde que só foi superado por Alex Ferguson, entre 1986 e 2013. Busby levou o clube ao título inglês em 1952, após quatro vices em temporadas anteriores. A conquista abriu caminho para diversas outras e fez aquele time ganhar o apelido de Busby Babes (os bebês de Busby), em homenagem ao seu comandante.

Com Busby, o United venceu cinco vezes o Campeonato Inglês (bem antes da era Premier League), duas edições da Copa da Inglaterra, mais cinco da Supercopa da Inglaterra e seu primeiro título da Champions League, em 1968, dez anos depois de uma tragédia que marcou a história do clube.

Em 6 de fevereiro de 1958, o avião que transportava jogadores e funcionários do Manchester United sofreu um grave acidente pouco depois de ter decolado em Munique. Oito jogadores morreram, entre eles Duncan Edwards, um dos grandes nomes daquele esquadrão. Busby ficou gravemente ferido, assim como Bobby Charlton, e só reassumiu o time meses depois.

Após o acidente, o técnico foi figura central na reconstrução do Manchester United e comandou um trio de ataque de tamanho impacto que virou até estátua em frente a Old Trafford, com Denis Law, Bobby Charlton e George Best. Os três foram eternizados em uma escultura de bronze, assim como Busby, outro imortalizado na casa dos Red Devils.

O lendário treinador deixou o clube em 1969, mas voltou na temporada seguinte, em 1970/71, para uma breve despedida. Depois, assumiu o cargo de diretor e foi até presidente. Morreu em 1994 aos 84 anos e não pôde ver a grande homenagem de ter seu nome incluído no Hall da Fama do futebol inglês, em 2002. Mas, em vida, recebeu o agrado dos Beatles.



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