Intérprete de Cândida em Terra e Paixão, Susana Vieira fez uma autocrítica à sua atuação na novela. A personagem da atriz morreu no início do folhetim de Walcyr Carrasco, e a veterana da Globo confessou que não gostou nada da forma como a cena foi conduzida. “Não sei como não fui despedida”, brincou em entrevista ao É de Casa neste sábado (30).
Cândida morreu no capítulo que foi ao ar em 31 de maio, logo nas primeiras semanas da trama. A atriz, inclusive, alfinetou o autor Walcyr Carrasco por não ter dado mais tempo para a cafetina na história. “Que eu podia ter durado mais, eu podia”, soltou ela em bate-papo com Rita Batista e Talitha Morete.
A artista aproveitou o assunto para confessar que não gostou de sua atuação no último capítulo –e usou também como gancho outra personagem sua que morreu: Amélia, de Paraíso Tropical (2008). “Tem uma coisa engraçada: eu não soube morrer”, disparou, na lata.
“Já me mataram nessa novela que eu estou fazendo, que está repetindo, Paraíso Tropical. Eu era a dona de um bordel”, complementou. “E aconteceu uma coisa engraçada: eu tive que entrar num caixão. Eu não tenho o menor problema de entrar em um caixão, porque eu adoro um negócio quentinho para dormir”, brincou.
“Só que demorou tanto para gravar o meu enterro que eu cochilei, e diz o Dennis Carvalho que eu ronquei. Dormi, porque era um velório. Eu falei: ‘quero alegria’, e morri mal, mas estava morta sim”, relembrou a intérprete.
“Nessa [Terra e Paixão], eu tinha que morrer falando com o Tony Ramos. Eu queria continuar falando com o Tony Ramos o resto da vida, porque ele é o melhor ator para contracenar na vida”, enalteceu Susana.
A atriz teceu elogios para o intérprete de Antônio na novela das nove e também para seu eterno colega Zé Wilker (1944-2014). “Ele e o Zé Wilker, o Zé Wilker foi embora –não me falou nada, não me avisou a hora que ele ia embora, e foi. Então, era eu falando com o Tony”, afirmou.
Cândida morreu prestes a revelar um segredo sobre Agatha (Bianca Bin/Eliane Giardini), mas não gostou da cena.
“Eu ia falar da mulher [Agatha]. Eu falava: ‘eu sei, a sua mulher…’, e morria. Mas gente, eu morri tão mal, que eu não sei como é que eu não fui despedida naquela época. Eu sou muito viva. Eu estava fazendo uma mulher morrendo, mas assim com essa energia que eu estou aqui”, admitiu.
Segundo a atriz, ela já estava tentando incorporar uma mulher prestes a morrer desde o primeiro capítulo de Terra e Paixão –mas não deu muito certo.
“Eu tinha que morrer, eu já estava morrendo há muitos capítulos. Eu estava morrendo lá em cima, e até chegar aqui embaixo, em vinte capítulos, não deu. Eu quando morri, estava aqui, ó [aponta para cima, representando sua energia no momento]. Estava indo até o chão”, zombou.
Essa não foi a primeira vez que Susana Vieira criticou o destino derradeiro de Cândida na história criada por Carrasco. Além de não ter gostado de sua atuação, ela não curtiu o fato de que a personagem teve que partir.
“Tenho saudade das roupas, do sotaque, de toda a equipe técnica e da direção. Saudade também do meu batom vermelho e dos cabelinhos prateados. E, para ser sincera, não gostei nem um pouco de morrer”, afirmou ela em entrevista ao jornal Extra, em maio deste ano.