Nesta segunda (1), quatro jovens foram encontrados mortos dentro de uma BMW em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Segundo a polícia, eles foram vítimas de intoxicação de monóxido de carbono, gás capaz de matar qualquer ser humano em poucos minutos.
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De acordo com informações do G1, o delegado do caso, Bruno Effori, afirmou que os jovens ficaram cerca de quatro horas dentro do carro ligado com o ar-condicionado funcionando. Eles foram encontrados na manhã desta segunda-feira (1º), pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo informações preliminares da polícia, uma falha mecânica na BMW/320I M Sport, fabricada em 2022, teria levado monóxido de carbono para dentro do veículo, o que pode ter causado a morte do grupo. A professora Tatiana Saint-Pierre, do Departamento de Química do Centro Técnico-Científico (CTC) da PUC-Rio, explica como funciona essa intoxicação.
— Na combustão incompleta, a pessoa primeira desmaia com o gás carbônico e depois morre com o monóxido. É uma morte por asfixia. Por isso, se uma pessoa é encontrada desmaiada nessas circunstâncias, mas com vida, precisa ser submetida à oxigenação urgentemente. Mesmo sobrevivendo, ela pode ter sequelas — afirma Saint-Pierre.
De acordo com Saint-Pierre, um dos primeiros sinais da combustão incompleta é a presença do gás carbônico. Isso porque, antes de gerar o monóxido de carbono, a falta de oxigênio provoca no ambiente um excesso de gás carbônico, outro produto da combustão. Embora o gás carbônico não seja propriamente venonoso, ele pode causar, se inalado em grandes quantidades, dor de cabeça, dificuldade para respirar, tonturas e desmaio, entre outros sintomas.
A explicação se relaciona com o nível de confinamento do ambiente. Para acontecer da maneira correta, a combustão sequestra o gás oxigênio disponível, permitindo que as chamas dentro do aquecedor se mantenham. Esta é a combustão completa. Contudo, se o cômodo for mal ventilado, a combustão roubará todo o oxigênio existente no local e, na falta dele, passará a produzir o monóxido de carbono.
Ao contrário do gás encanado — que, para evitar acidentes, tem um odor artificial adicionado quimicamente —, o monóxido de carbono não produz cheiro algum, o que dificulta muito o seu reconhecimento.
Investigação em Balneário Camboriú
A família do dono do carro disse à polícia que o veículo havia passado por uma customização recente no sistema de escapamento do carro. A polícia agora busca saber se tem relação com o vazamento.
As vítimas eram naturais de Paracatu, em Minas Gerais, mas moravam na Grande Florianópolis há um mês. Elas tinham 16, 19, 21 e 24 anos. As identificações ainda não foram divulgadas.
Um a mulher sobreviveu. Ela foi a que menos ficou dentro do carro. Quando os bombeiros chegaram, as vítimas tinham sido retiradas de dentro do veículo, onde foram encontradas, e estavam deitadas no chão, recebendo atendimento de reanimação.
Após 40 minutos de procedimentos avançados de reanimação e nenhuma resposta aos procedimentos realizados, a equipe médica do Samu decretou o óbito do grupo.