O recado que destaque do Chelsea quer passar ao City após venda

Brigando pela liderança da Premier League, o Manchester City volta a campo neste sábado (17), no Etihad Stadium, onde recebe o Chelsea, pela 25ª rodada, com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+ a partir das 14h30 (de Brasília). O duelo também promoverá um reencontro entre os Citizens e um velho conhecido: Cole Palmer, agora destaque dos Blues.

Cria das categorias de base do time de Manchester, Palmer ainda era jogador do City até o início da temporada 2023/24 e foi utilizado pelo técnico Pep Guardiola nas decisões das supercopas da Inglaterra e da Uefa. Porém, em um piscar de olhos, acabou negociado por pouco mais de 42 milhões de libras (R$ 264 milhões na cotação da época) com o Chelsea, em uma venda considerada “inesperada”.

No time principal do City desde 2020, o atacante queria, na verdade, mais oportunidades no atual campeão da Champions League. Porém, após “exigir” minutos no time titular, ouviu de Guardiola que, se quisesse a garantia de jogar teria que buscar um novo clube de forma definitiva – um empréstimo estava descartado. E a segunda opção foi a escolhida por Palmer, que não pôde mostrar seu valor – como gostaria – à sua ex-equipe.

“Meu objetivo nunca era ter deixado o City. Essa não era minha intenção (sair). Queria ser emprestado por um ano, voltar e estar pronto para o time titular, mas ele (Guardiola) disse que eu não poderia ser emprestado. Ou você ‘fica ou é vendido'”, disse Palmer, em declarações à Sky Sports.

O jogador, na verdade, também foi uma espécie de “plano B” do Chelsea, que tinha como prioridade para a vaga a contratação de Michael Olise, do Crystal Palace. Tudo já parecia certo para que o inglês mudasse de lado em Londres, porém, em cima da hora o Palace convenceu que ele ficasse. E então os Blues partiram para cima de Palmer, destaque na conquista do Europeu sub-21 pela Inglaterra.

No lado do City, o clube também viu a generosa oferta do Chelsea como uma possibilidade de “entrar na linha” em relação ao cumprimento do Fair Play Financeiro da Uefa. Além, claro, da chegada de Jérémy Doku, que de certa forma “tiraria espaço” de Palmer no elenco.

“Eu queria apenas entrar no time, jogar e mostrar o que posso fazer”.

A sua mudança para o Stamford Bridge no fim das contas foi uma grata surpresa, e Palmer vem conseguindo demonstrar aquilo que o City não lhe permitiu, jogando um bom futebol. Aos 21 anos, o atacante já marcou 12 gols e deu 9 assistências em 28 jogos até aqui e, inclusive, foi convocado para a seleção principal da Inglaterra.

Na Premier League, o camisa 20 é o sexto na lista de jogadores com mais participações em gols, com 16, atrás apenas de Mohamed Salah, do Liverpool (22), Ollie Watkins, do Aston Villa (21), Erling Haaland, do City (21), Son, do Tottenham (18), e Bukayo Saka, do Arsenal ( 17).

Os 10 gols de Palmer vieram de apenas 48 chutes, o número mais baixo entre os seis primeiros. Son marcou 12 gols em 52 finalizações, mas Haaland (16 em 67), Salah (14 em 65), Watkins (11 em 71) e Saka (10 em 68) ainda são superiores.

Apenas Martin Odegaard, do Arsenal, e Bruno Fernandes, do Manchester United, tentaram mais passes do que Palmer nesta temporada (empatados em 19 com Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, e Lucas Paquetá, do West Ham).

Além, claro, da tão desejada minutagem que Palmer queria. O inglês acumulou 1.506 minutos na Premier nesta temporada, números equivalentes aos que brigariam por posição com ele se tivesse ficado no City, como Jack Grealish (703), Phil Foden (1.863), Bernardo Silva (1.511) e Doku (975).

O Chelsea ainda acredita que a sua política de reunir jovens talentos com contratos de longo prazo irá deixá-los bem posicionados para competir com os melhores da elite inglesa nos próximos anos. Palmer está emergindo como o melhor exemplo desse processo, prova da capacidade contínua de Mauricio Pochettino de cultivar joias e atenuar as críticas de que a estratégia de transferência dos Blues era muito dispersa para ter sucesso.

O que eles precisam, segundo Pochettino, é de experiências positivas para crescerem juntos como equipe. Encontrar uma maneira de impedir a disputa pelo título do City neste fim de semana seria adequado.