Opinião: Bayern mais frágil das últimas décadas vive ‘filme de terror’


Xabi Alonso é o maior responsável pela crise do Bayern. Foi depois de uma derrota por 2 a 1 para o Bayer Leverkusen, na temporada passada, em 19 de março, que a diretoria bávara optou pela demissão de Julian Nagelsmann.

A expectativa imediata de Oliver Kahn, então CEO do clube, e Hasan Salihamidžić, diretor esportivo, era de uma reação imediata da equipe que enfrentaria o Manchester City, pelas quartas de final da Champions League três semanas depois. Thomas Tuchel foi o escolhido.

A estreia foi excelente, goleada por 4 a 2 diante do Borussia Dortmund com o Bayern jogando em alto nível. No meio de semana, porém, eliminação para o Freiburg na Copa da Alemanha. A derrota por 3 a 0 para o City na partida de ida selou o futuro da equipe na competição continental.

Mesmo assim, a Bundesliga permanecia ao alcance bávaro, e mesmo com derrotas para Mainz e RB Leipzig na reta final, o Bayern conquistou seu 11° título consecutivo alemão, graças ao Borussia Dortmund e seu épico tropeço na última rodada também contra o Mainz.

Kahn e Brazzo foram mandados embora, indicativo claro de que a diretoria avaliara os últimos movimentos como equivocados. Mesmo assim seguiu adiante.

Esperava-se então, com toda pré-temporada pela frente e a chegada de Harry Kane, que o Bayern sob o comando de Tuchel voltasse a ser um time dominante na Alemanha. Aconteceu o contrário.

Logo de cara o time foi atropelado pelo Leipzig na Supercopa alemã. Caiu precocemente, novamente, na DFB Pokal. Na Bundesliga, falhou em todos jogos grandes ou importantes e chegou a ser goleada pelo Eintracht Frankfurt.

Agora enfrenta uma sequência de três derrotas seguidas, algo que não acontecia desde maio de 2015. Xabi Alonso, mais uma vez, foi o responsável pelo início de tudo.

O 3 a 0 do Leverkusen na semana passada expôs todos os problemas do time comandado por Tuchel. A derrota para a Lazio pela Champions e o 3 a 2 do Bochum neste final de semana, time que nos últimos três confrontos diretos perdera por 17 a 0 no agregado, foram como cenas extras no filme de terror vivido pelos torcedores.

Este Bayern é um dos mais frágeis das últimas décadas. Fraco defensivamente e sem ideias ofensivas, dependendo exclusivamente dos incríveis 25 gols em 22 jogos de Bundesliga de Kane, do talento e da criatividade de Jamal Musiala ou das 11 assistências de Leroy Sané, líder do quesito na competição.

Dayot Upamecano tem sido uma decepção desde quando chegou. Agora lesionado, Alphonso Davies baixou muito o ritmo insinuante que sempre impôs pelo lado esquerdo. Joshua Kimmich não é nem sombra do meio-campista que sempre esteve na lista dos melhores do mundo em sua posição. Leon Goretzka parece um jogador desmotivado, tamanho baixo rendimento.

Está oito pontos atrás do Bayer Leverkusen, que caminha para a conquista inédita da Bundesliga. Já está mais próximo do Stuttgart, terceiro colocado, do que de uma eventual briga pelo título. São muitos desfalques por lesões, sem dúvida alguma, mas há soluções suficientes dentro do elenco para o time render muito mais. Neste momento é evidente a falta de confiança dos atletas.

Por enquanto Tuchel permanece, até porque não há um substituto natural. No próximo sábado o Bayern recebe na Allianz Arena o RB Leipzig e na rodada seguinte joga fora contra o Freiburg. No início de março terá a partida de volta contra a Lazio, em Munique.

Pelo talento existente na equipe e simplesmente por ser o Bayern, um gigante do futebol internacional, a recuperação é possível. Absolutamente improvável, no entanto, com Thomas Tuchel à frente. Por mais que ele esteja longe de ser o único culpado.



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