Benjamin Netanyahu em rota de colisão com o presidente dos Estados Unidos


Segundo Netanyahu, a política adotada na região atende ao desejo da maioria dos cidadãos israelenses. (Foto: Reprodução)

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rebateu as críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a política israelense na guerra em Gaza “prejudicar mais do que ajudar”. De acordo com Netanyahu, o chefe de Estado americano “está errado” e a política adotada na região atende ao desejo da maioria dos cidadãos israelenses.

Netanyahu publicou na rede social X (antigo Twitter) um trecho da entrevista concedida ao site Politico, onde ele responde sobre as afirmações feitas por Biden no último sábado (9), durante uma entrevista à emissora de TV MSNBC.

“Eu não sei exatamente o que o presidente Biden quis dizer, mas se foi sobre a minha política não estar de acordo com os desejos da maioria dos israelenses e que isso prejudica os interesses de Israel, então ele está errado em ambos os aspectos”, afirmou Netanyahu no domingo (10).

Segundo Netanyahu, as políticas adotadas na guerra não são decisões pessoais dele apenas, mas sim da maioria esmagadora da população israelense. “Eles apoiam as ações que nós estamos tomando para destruir o restante do Hamas”, acrescentou.

O primeiro-ministro de Israel acrescentou que o próximo passo após a vitória contra o Hamas será incentivar a Autoridade Palestina a educar as crianças para se posicionarem de forma contrária ao terrorismo.

Sem existir um diálogo entre Israel e a Autoridade Palestina, diz Netanyahu, há riscos de uma repetição, no futuro, de ofensivas semelhantes às registradas no dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu Israel e deixou 1,2 mil mortos, o que culminou na guerra atual.

Protestos

Protestos em várias cidades de Israel foram realizados no último sábado (9) contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Em Tel Aviv, milhares de pessoas foram às ruas pedindo a destituição do premiê israelense e a convocação de novas eleições gerais no país.

Os manifestantes exigem o fim da guerra do país contra o Hamas na Faixa de Gaza e o retorno dos reféns sequestrados pelo grupo extremista em outubro.

Na Praça da Democracia de Tel Aviv, os manifestantes gritavam frases como “não vamos parar até que Bibi (apelido de Netanyahu) seja preso” e “você é o líder, você é o culpado“, em referência aos sangrentos ataques do Hamas.

Há diferentes opiniões sobre a guerra no país. Alguns consideram que Israel deve avançar mais contra o Hamas, mas é culpado por não proteger o país dos ataques de outubro. Outros apoiam um cessar-fogo e uma negociação pacífica para a entrega de reféns, enquanto autoridades israelenses e do Hamas seguem em um impasse.

Segundo a imprensa internacional, foram registrados confrontos entre a polícia israelense e alguns manifestantes em Tel Aviv. Canhões de água foram utilizados para dispersar a multidão.

Foram presas 16 pessoas que, segundo a polícia local, teriam violado ordens ao cruzar cercas divisórias, atirar granadas de fumaça em direção a um cruzamento e disparar uma granada de gás tanto contra os manifestantes quanto contra a polícia.